sábado, 11 de fevereiro de 2012

QUANDO O "PAPEL" É MUITO MAIS QUE "PAPEL"

Foto: The Big Picture
Para alguns, apenas mais um pedaço de papel em meio aos escombros do tsunami que assolou parte do Japão. Para Chieko Matsukava é o certificado de formatura de sua filha. O papel desencadeia boas lembranças  em Chieko. Sim, ele é mero mediador. Mas na mente dos humanos isso geralmente não fica muito claro. Para você, apenas papel. Para Chieko, lembranças que acariciam seu coração, lágrimas que enchem seus olhos. 

Na missa católica acontece algo semelhante. Durante a eucaristia, quando o cálice é elevado acima dos fiéis, ele se torna, de acordo com o dogma católico, o próprio sangue do Crucificado. Cristo torna-se presente entre os fiéis por meio do vinho tornado sangue. Daí a adoração que merece receber. 

Na religião ou na vida cotidiana: papel é mais que papel, vinho é mais que vinho. Assim é o ser humano...



Jones F. Mendonça

3 comentários:

  1. Lutero possui também uma forma bem emocionante, ao menos para mim, de ver o sacramento da eucaristia; me lembro de me surpreender na primeira vez que li sobre, já que eu já fui católico =P

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  2. Davi,

    Uma das primeiras crises existenciais de Lutero ocorreu durante a celebração da sua primeira missa. Quando elevou o cálice, foi tomado pelo terror de ter nas mãos o próprio Deus. De acordo com alguns relatos, ele tentou deixar a igreja, mas foi detido por um membro do clero.

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  3. Foi vendo como ele via a eucaristia que eu vi o quanto ele ia fundo no que acreditava, levando até as últimas consequências (visto que ter Deus nas mãos só poderia levar ao temor, ao menos como ele via já que eu não sei de uma possível resposta católica a isso) o que poderia impulsionar o seu sentimento crítico em relação a religião... em certo sentido, essa psicologia o aproxima de Nietzsche... espero ter expresso claramente os meus pensamentos.

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