sábado, 28 de julho de 2012

CALVINO E O GALARDÃO: UMA RECOMPENSA QUE NÃO É RECOMPENSA


Uma curiosidade que me atormentou há alguns anos: como Calvino compreendeu o galardão, uma vez que alguns textos bíblicos (p. ex. 1Co 3,8 e Ap 22,12) e o próprio sentido da palavra grega misthós parecem dizer que se trata de um prêmio, uma recompensa ou até mesmo salário (como em Mt 20,8 e Rm 4,4) pelas obras de cada indivíduo? Haveria aí um conflito entre a doutrina da graça e a promessa numa recompensa supraterrena baseada em méritos pessoais? O reformados francês trata do assunto no Livro II, V, 2 das suas Institutas.

Citando Agostinho diversas vezes, Calvino explica que “os pecados são do homem, os méritos, de Deus” e que “o mérito procede da graça, e não a graça do mérito”. Ele finaliza dizendo que “Deus precede a todos os méritos com seus dons, para que daí sobreleve seus méritos, e os dá inteiramente de graça, porquanto nada acha no homem para que o salve”.  

Traduzindo para um leitor não iniciado na complexa arte de teologar: Sou um pecador atolado na lama. A graça de Deus, como um raio, corta os céus e me atinge, libertando-me do atoleiro (muitos outros continuam lá, abandonados à sua própria sorte). Seres celestiais vestem-me com roupas limpas, reparam minha vontade perversa e me concedem muitos dons, que produzirão méritos. Mas estes méritos, que fique claro, não são meus, uma vez que nada partiu de mim, mas do Deus que me libertou do atoleiro. 

Há quem diga que os “mistérios da graça” não podem ser entendidos. Então para quê tentar explicar? Fica a pergunta: se os méritos não são produto do esforço individual da criatura humana, por que cargas d’àgua os textos dizem: “o galardão que tenho para distribuir a cada um segundo o seu trabalho/obras” e não “...segundo as obras de Deus por intermédio do homem”?

Seria uma "pegadinha" dos hagiógrafos?

Lutero ao menos foi honesto atribuindo menor valor canônico aos textos que não lhe agradaram. Tiago, pobre Tiago, virou “epístola de palha”. Triste destino...


Jones F. Mendonça

FOTOS DO RAMADÃ 2012


O The Big picture publicou um série de fotos (41 no total) do Ramadã 2012. Na imagem abaixo você vê alguns homens aguardando o momento da quebra do jejum. Note que no islamismo dormir num templo (ou até fazer negócios) não é considerado desrespeito. 

Jones F. Mendonça

sexta-feira, 27 de julho de 2012

YOSEF GARFINKEL FAZ NOVO ATAQUE AO MINIMALISMO BÍBLICO

Num artigo muito didático publicado neste mês no The Bible and Interpretaion, Yosef Garfinkel, da Universidade Hebraica de Jerusalém, dispara inúmeras críticas ao minimalismo bíblico, sobretudo sobre a tendência que esse grupo possui de sustentar paradigmas que, em sua opinião, já caíram por terra.  Atualmente o principal ponto de divergência entre minimalistas e maximalistas gira em torno da  possibilidade de existência de uma monarquia israelita unida no século X. Garfinkel faz escavações Khirbet Qeiyafa e afirma, baseando-se em testes de carbono feitos em caroços de azeitona desenterrados na região, que o sítio remonta ao final do século XI e início do século X. Para Garfinkel está claro:  o relato bíblico apresentando Davi como fundador de uma dinastia é perfeitamente plausível. Israel Finkelstein, da Universidade de Tev Aviv, insiste: "Davi não passou de um líder tribal". 

Minha opinião: há desonestidade dos dois lados. 

Na semana passada chegou minha encomenda do documentário francês "A Bíblia e seu tempo, um olhar arqueológico sobre o Antigo Testamento", baseado no polêmico livro "E a Bíblia não tinha razão" (infelizmente o livro ganhou este título no Brasil),  escrito por Finkelstein em conjunto com o historiador Neil Silberman.  Você pode até não concordar com alguns pontos defendidos pelo arqueólogo de Tel Aviv, mas se o Antigo Testamento é um assunto do seu interesse, não deixe de assisti-lo. Infelizmente o documentário sem sido visto por ateus e cristãos de maneira equivocada. Os primeiros querem usá-lo como munição para sua defesa do ateísmo. Cristãos vêem o trabalho como uma tentativa de destruir sua fé. A arqueologia jamais poderá dizer qualquer coisa sobre Deus. No entanto, poderá dizer muito sobre a interpretação do texto sagrado de judeus e cristãos. 

Bem, quem quiser ler o artigo de Garfinkel, está aqui.  


UBAIDIANOS, SUMÉRIOS E ACÁDIOS


Os primeiros habitantes da Mesopotâmia são conhecidos como ubaidianos (de Tell al-Ubaid, um montículo de terra a 6Km de Ur), que devem ser distinguidos dos sumérios (origem incerta) e acadianos (origem semita), povos que mais tarde se consolidaram na região formando os primeiros grandes impérios mesopotâmicos: a Babilônia e a Assíria.

A ocupação ubaidiana foi bem curta, mas capaz de deixar como herança uma cultura que se estendeu desde o Mediterrâneo até as regiões além dos montes Zagros, nas proximidades do mar Cáspio. A ausência de pedras e madeira na região mesopotâmica obrigou os ubaidianos a buscarem um material alternativo para a construção de suas moradias: os caniços que nasciam nas margens dos rios. Esse tipo de construção ainda pode ser vista hoje numa região pantanosa próxima à foz do rio Eufrates, no sul do Iraque.

A religião que se desenvolveu naquela terra castigada pelo e sol e pelas constantes inundações dos rios Tigre e Eufrates deixou marcas na religião dos hebreus, povo semita que se estabeleceu na estreita faixa de terra entre o rio Jordão e o Mediterrâneo...

Bem, este é apenas um ensaio do texto que tenho preparado para compor a apostila de geografia bíblica para os alunos do STBC.  A idéia é trabalhar a geografia das chamadas “terras bíblicas” em conjunto com a arqueologia, a história e a narrativa bíblica. Espero poder publicar o material completo em breve. Eis alguns livros que tenho consultado:

ARTUS, Oliver. Geografía de la Biblia. Estella, Verbo Divino, 2005.

BAINES, John; MÁLEK, Jaromír. O mundo egípcio: deuses, templos e faraós, volume I. Madrid: Edições del Prado, 1996.

BAINES, John; MÁLEK, Jaromír. O mundo egípcio: deuses, templos e faraós, volume II. Madrid: Edições del Prado, 1996.

CASSON, Lionel. O Antigo Egito. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1969.

CONNOLLY, Peter. Las legiones romanas. Madrid: Espasa-Calpe, 1981.

CURTIS, Adrian (Edit.). Oxford Bible Atlas. New York, Oxford University Press, 1997.

EYDOUX, Henri-Paul. À procura dos mundos perdidos: as grandes descobertas arqueológicas. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1974.

GARBINI, Giovanni. O Mundo da Arte - Mundo Antigo. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações LTDA, 1979.

KRAMER, Samuel Noah. Mesopotâmia, o berço da civilização. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1969.

RIDLING, Zaine (Edit.). Bible Atlas. PDF version by Access Foundation.

VV. AA. Grande história universal: o princípio da civilização. Barcelona: Folio, 2006.

VV. AA. Grande história universal: civilizações fluviais. Barcelona: Folio, 2006.


Jones F. Mendonça


terça-feira, 24 de julho de 2012

BASES MILITARES AMERICANAS NO MUNDO

Apesar do foco principal deste Blog ser a teologia, ando bastante interessado nos atuais conflitos no Oriente Médio. Na busca por informações que me situem melhor no atual cenário que se forma naquela região, acabei descobrindo o site militarybases.com. Como se vê, o mundo é um grande tabuleiro. Há quem afirme que é Deus quem move as peças. Mas Deus não seria tão perverso...


Jones F. Mendonça

segunda-feira, 23 de julho de 2012

NOTÍCIAS DO ORIENTE: A GUERRA MIDIÁTICA CONTRA A SÍRIA


Imagem: Dukechargista

Na semana passada surgiu o boato de que Assad estaria planejando empregar armas químicas com o propósito de exterminar o povo sírio. É óbvio que não acreditei nessa história. Não porque Assad seja “bom”, mas porque tal atitude não teria nenhum propósito. Notícias como essa fazem parte de uma guerra de informações patrocinadas por serviços secretos como a CIA, o Mossad e o M16. Os boatos são os mais diversos: A esposa de Assad teria fugido para a Rússia, seus generais estariam desertando, Damasco estaria cercada, etc.

Hoje os jornais de Israel noticiaram que Assad confessou possuir armas químicas, mas que somente seriam usadas contra forças externas, caso se sentisse ameaçado por uma intervenção militar patrocinada pelo ocidente. Uma informação como essa é muito mais crível. O governo de Israel rapidamente convocou os militares para que preparassem um plano de ação militar contra a Síria. O motivo: com a queda de Assad as armas químicas poderiam cair nas mãos do grupo terrorista Hezbollah (grupo paramilitar islâmico situado no Líbano, país vizinho da Síria) e ser disparadas contra Israel por mísseis Scud.

Há poucos minutos tomei conhecimento, pela rede de notícias russa RT (Russia Today), que serviços de inteligência ocidentais estão preparando um plano para assumir o controle da TV estatal síria com a ajuda de países árabes pró-ocidente. Uma ação como essa intensificaria ainda mais a guerra midiática que já vem sendo feita. Alguém dirá: mas quem garante que as informações dadas pela rede de notícias russa são mais verdadeiras que as notícias veiculadas pela mídia ocidental. Minha resposta: porque fazem mais sentido. Só.


Jones F. Mendonça

sexta-feira, 20 de julho de 2012

BUSCANDO SUFIXOS PRONOMINAIS NO DAVAR [HEBRAICO]


Um dos problemas que encontro na maioria das gramáticas de hebraico é a ausência de textos reais que exemplifiquem o emprego das classes morfológicas (artigo, pronome, verbo, preposição, conjunção, etc.). Construções fictícias do tipo “o cavalo de Davi” ou “a uva do vovô” não contribuem muito para o desenvolvimento do aluno.  Há três programas que podem ajudar muito quem está em busca de exemplos diversificados tomados da BHS. São eles: Bible Works (completo, porém caro e complicado), e-Sword (possui ótimas ferramentas apesar de ser gratuito) e o Davar 3 (grátis, recursos limitados, mas com uma ferramenta perfeita para encontrar palavras e partículas como os sufixos pronominais).

Digamos que você queira encontrar exemplos do raríssimo sufixo pronominal da segunda pessoa do plural feminino:
Para localizá-los faça o seguinte: clique na lupa de busca e quando a janela abrir cole ou digite (veja como fazer isso no final do texto) a terminação desejada no espaço reservado para as buscas. Em seguida desmarqueignorar vogais hebraicas” e no “buscar por”, marque “frase”. Não se esqueça de selecionar o tipo de Bíblia na qual deseja fazer a busca: “[BHS] Bíblia Hebraica”. A imagem abaixo mostra como devem ficar as definições:


Após a abertura de uma nova janela com os resultados (21 no total), dê uma rápida “peneirada” para eliminar palavras que coincidentemente terminam com khaf-segol/nun sofit, mas que não contém sufixo pronominal, como “Tokhen” (pronuncia-se “torrên” - o nome de uma aldeia, em 1Cr 4,32).

Um detalhe importante: caso você tenha dúvidas quando às teclas que devem ser utilizadas para que as consoantes e vogais hebraicas apareçam no campo de busca, clique na “tábua de caracteres” (abaixo da palavra “ajuda”, no topo). Ao colocar o cursor sobre o caractere hebraico escolhido as teclas correspondentes aparecem num pequeno quadro. No exemplo acima as teclas são, respectivamente: k , {Ctrl + Shift + e}, n.

Ajudou?


Jones F. Mendonça

UM LAMENTO SOBRE DAMASCO


Charge: Carlos Latuffn
Damasco está um caos. Não há combustível sequer para os tanques. Os “rebeldes”, armados por forças externas, avançam. Assad está encurralado. De um lado do cabo de força estão EUA, Israel e Europa. Do outro China, Rússia e o governo de Damasco. No meio está o povo sírio, herdeiro de uma cultura milenar. Triste!

Nos países de “primeiro mundo” fala-se em ajuda humanitária, em solidariedade ao povo sírio. Na boca batom, nas mãos um punhal! Quando o ditador cair sabemos de onde as hienas virão e o que elas querem. O caos deixa o povo perplexo, temeroso por um futuro sombrio. Mas para as hienas a desordem é uma ótima oportunidade. Muitos corpos ao chão, muito sangue, muito a saquear. Sim, é triste!


Jones F. Mendonça

quarta-feira, 18 de julho de 2012

BASHAR AL-ASSAD NA FORCA

Fonte: Carlos Latuff

ATAQUE CONTRA TURISTAS ISRAELENSES NA BULGÁRIA É NOTÍCIA NO HAARETZ, J POST E ARUTZ SHEVA

Haaretz: "Israel não tem dúvidas sobre quem está por trás do ataque mortal na Bulgária". 
JPost"Presidente búlgaro: Mossad não avisou que ataque estava chegando".
Arutz Sheva"Polícia Búlgara investiga ataque terrorista". 


O clima está ficando cada vez mais tenso! 


Jones F. Mendonça

OS SUFIXOS PRONOMINAIS [HEBRAICO]

Costumo dizer aos meus alunos que os estudantes de hebraico jamais precisarão gastar dinheiro com esses passatempos vendidos em bancas de jornais. Traduzir textos da Bíblia hebraica é diversão garantida. O primeiro passo é "descolar" os artigos, as conjunções, as preposições e uma série de "pecinhas de Lego" que vem unidas às palavras. Depois, e só depois, o dicionário entra em cena. Num terceiro momento é preciso dar uma arrumada nas "peças" para que façam sentido. O mais legal (e para loucura dos mais ortodoxos) é que o resultado final dos que se aventuram nessa tarefa quase nunca é igual. 

Abaixo, um pequeno esquema que mostra o emprego dos sufixos pronominais. 


Jones F. Mendonça

Sufixos Pronominais [hebraico]

terça-feira, 17 de julho de 2012

O NOVO TESTAMENTO NA WEB

Fuçando aqui e ali consegui encontrar os livros abaixo dando sopa na WEB. Todos têm como tema o Novo Testamento. Caso você tenha sorte ainda poderá encontrá-los para download. Infelizmente há pouca coisa “boa” (segundo o meu gosto) em português disponível na rede e como o idioma estrangeiro que leio com certa facilidade é o espanhol, a grande maioria dos livros está neste idioma.

Eis a lista em ordem alfabética:

AUNEAU, Joseph. Evangelios sinopticos y hechos de los apostoles. Madrid: Ediciones Cristandad, 1982.

BEAUDE, Pierre-Marie. Segun las escrituras. Estella, Editorial Verbo Divino: 1978.

BOSCH, Jordi Sánchez.  Escritos Paulinos. Estella, Editorial Verbo Divino: 1998.

BROWN, Raymond E. Introducción al Nuevo Testamento. Traducción de Antonio Piñero. Madrid: Editorial Trotta, 2002.

BROWN, Raymond E. Introducción al Nuevo Testamento II. Madrid: Editorial Trotta, 2002.

BROWN, Raymond E. La muerte del mesías: desde Getsemaní hasta el sepulcro - Tomo I. Estella: Editorial Verbo Divino, 2005.

BROWN, Raymond E. La muerte del mesías:- desde Getsemaní hasta el sepulcro - Tomo II. Estella: Editorial Verbo Divino, 2006.

Brunet, P. G.  Les évangiles apocryphes. Traduits et annotés d’après l’édition de J. C. Thilo. Paris, 1848.

BULTMANN, Rudolf. Teología del Nuevo Testameno. Salamanca: Sigueme, 1981.

BULTMANN, Rudolf. Jesus Cristo e Mitologia. São Paulo: Novo Século, 2003.

BULTMANN, Rudolf. Teología del Nuevo Testameno. Salamanca: Sigueme, 1981.

CHARPENTIER, Etienne. Para leer el Nuevo Testamento. Estella: Editorial Verbo Divino, 1994.

CONNOLLY, Peter. Las legiones romanas. Madrid: Espasa-Calpe, 1981.

CULLMANN, Oscar. Cristo y el Tiempo. Barcelona: Estela, 1968.

CULLMANN, Oscar. Jesus e los revolucionarios de su tiempo. Madrid: STVDIVM, 1973.

DELOME, Jean. El Evangelio según san Marcos. Estella: Editorial Verbo Divino, 1980.

DODD, C. H. El Fundador del cristIanismo. Barcelona: Herder, 1977.

EVANGILE, Equipo Cahiers. El Apocalipsis. Estella: Editorial Verbo Divino, 1990.

EVANGILE, Equipo Cahiers. Los Hechos de los Apóstoles. Estella: Editorial Verbo Divino, 1991.

EVANGILE, Equipo Cahiers. Los milagros del evangelio. Estella: Editorial Verbo Divino, 1982.

GEORGE, Augustin. El evangelio según San Lucas. Estella: Editorial Verbo Divino, 1987

GOURGES, Michel. El más allá en el Nuevo Testamento. Estella: Verbo Divino, 1983.

GRELOT, Pierre. Las palabras de Jesucristo. Barcelona: Editorial Herder, 1988.

GRELOT, Pierre. Los evangelios y la história. Barcelona: Editorial Herder, 1987.

JAEGER, Werner. Cristianismo primitivo y paideia griega. Traducción de Elsa Cecilia Frost. México, DF: Fundo de Cultura Econômica del México, 1985.

JAUBERT, Annie. El evangelio según san Juan. Estella: Editorial Verbo Divino, 1987.

JEREMIAS, Joachim. Abba y Mensaje Central del Novo Testamento. Salamanca: Sígueme, 2005.

JEREMIAS, Joachim. Teologia del Nuevo Testamento. Salamanca: Sígueme, 1974.

KÖSTER, Helmut.  Introduccion al Nuevo Testamento. Salamanca: Ediciones Sígueme, 1988.

LADD, George Eldon. Critica del Nuevo Testamento. Traducción de Moisés Chávez. El Passo, Texas: Mundo Hispano, 2002.

LADD, George Eldon. Teología del Nuevo Testamento. Barcelona: Editorial Clie, 2002.

MANZANARES, Cesar Vidal. El primer Evangelio, El documento Q. Barcelona: Editorial Planeta, 1993.

MARTINS, Sebastião Pinheiro. História da formação do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CELD, 1993.

MONASTERIO, Rafael Aguirre; CARMONE, Rafael Rodríguez. Evangelios sinópticos y Echos del apóstoles. Estella: Editorial Verbo Divino, 1992.

MORGAN, Michele. Las cartas de Juan. Estella: Editorial Verbo Divino, 1988.

OTERO, Aurelio de Santos. Los Evangelios Apocrifos. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos, 2005.

POITTEVIN, P. Le; CHARPENTIER, Etienne. El evangelio según San Mateo. Estella: Editorial Verbo Divino, 1987

PANNENBERG, Wolfhart. La fe de los apóstoles. Salamanca: Sígueme, 1975.

PERROT, Charles. Los relatos de la infancia de Jesús. Estella: Editorial Verbo Divino, 1980.

PRÉVOST, Jean-Pierre. Para leer el Apocalipsis. Estella: Verbo Divino, 1994.

QUESNEL, Michel. Las cartas a los Corintios. Estella: Editorial Verbo Divino, 1980.

RENÁN, Ernesto. Vida de Jesus. Madrid: EDAF, 1968.

RIDDERBOS, Herman. El pensamiento del apóstol Pablo. Michigan, EE.UU: Libros Desafío, 2000.

SALAS, Antonio. Los evangelios sinopticos. Salamanca: Editorial PPC, 1972.

SAULNIER, Christiane; ROLLAND, Bernard. A Palestina nos tempos de Jesus. São Paulo: Edições Paulinas, 1983.

SCHWEITZER, Albert. Investigación sobre la vida de Jesús. Valencia: EDICEP, 2002.

SOBRINO, Jon. La Fe En Jesucristo. Madrid: Trotta, 1999.

STEGEMANN, Ekkehard W; STEGEMANN, Wolfgang. Historia social del cristianismo primitivo. Stella: Editorial Verbo Divino, 2001.

THEISSEN, Gerd; MERZ, Annette. El Jesus historico. Salamanca: Ediciones Sigueme, 1999.

V.V, A.A. Cristianismo primitivo y religiones mistéricas. Madrid: Ediciones Cátedra, 1995.

V.V, A.A. Relecturas de los hechos de los apostoles. Estella: Editorial Verbo Divino, 2006.

VANHOYE, Albert. El mensaje de la carta a los hebreos. Estella: Editorial Verbo Divino, 1980.

VIELHAUER, Philipp. Introducción al Nuevo Testamento los apócrifos y los padres apostólicos. Salamanca: Ediciones Sígueme, 1991.

WIKENHAUSER, Alfred. El apocalipsis de San Juan. Barcelona: Herder, 1969.

WIKENHAUSER, Alfred. El evangelio segun San Juan. Barcelona: Herder, 1967.

WIKENHAUSER, Alfred. Los Hechos de los Apostoles. Barcelona: Herder, 1973.


Jones F. Mendonça

A VELHA HISTÓRIA DO BEM CONTRA O MAL


Que Sadan Russein era um ditador sanquinário não restam dúvidas. Que Muamar Khadaf oprimia os líbios só um louco é capaz de negar. Que Bashar al-Assad não é flor que se cheire qualquer cidadão sírio sabe. Mas daí a querer me convencer que os EUA, Israel e alguns países europeus buscam aprovar uma intervenção na Síria por estarem preocupados com o bem estar do povo é afrontar minha inteligência.

Hoje (17/07/12) os jornais israelenses (de direita) Arutz Sheva e J Post publicaram matérias dizendo que há “informações não confirmadas” de que Bashar al-Assad utilizou armas químicas em Homs e que estaria preparado para “erradicar todo o povo sírio”. Armas químicas, destruição maciça da população... isso te lembra alguma coisa? 

Ontem, ao abrir a versão eletrônica do J Post, me deparei com o comercial do livro “East Wind” (vento oriental), uma ficção de Jack Winnick sobre um atentado terrorista em Los Angeles. Os heróis da aventura são uma agente do FBI, Lara, e um agente do Mossad, Uri.  Na capa, ao fundo, um árabe com fisionomia ameaçadora. O título, escrito com letras estilizadas à moda árabe, é uma clara referência aos povos do Oriente Médio. A capa do livro me fez lembrar uma campanha promovida pelo mesmo J Post no ano passado contra a visita do líder iraniano aos EUA. O rosto ameaçador de Ahmadinejad aparecia em destaque entre duas explosões nucleares. O mais curioso é que a imagem da explosão que aparece na campanha retrata o efeito de artefatos nucleares lançados pelos EUA no passado. Irônico, não?


Jones F. Mendonça

sábado, 14 de julho de 2012

E A BÍBLIA NÃO TINHA RAZÃO: AGORA LEGENDADO E EM HD

Publiquei aqui vídeos de um documentário (dublado em espanhol) baseado no polêmico livro "The Bible Unearthed: archaeology's New Vision of Ancient Israel" (A Bíblia desenterrada: uma nova visão arqueológica do Antigo Israel), escrito pelo arqueólogo israelense Israel Finkelstein e pelo historiador Neil Asher Silberman. No Brasil o livro ganhou o título comercial "E a Bíblia não tinha razão". 

Agora é possível assistir ao documentário com legendas em português e em HD. Aproveite!



Jones F. Mendonça



A CARTILHA DE FHC NA CABECEIRA DE DILMA

Simpatizo com a ideologia do PT, mas nem por isso deixarei de fazer críticas ao atual governo. Até mesmo um cartunista de esquerda como Carlos Latuff não poupou a atual política de congelamento salarial dos servidores públicos federais. FHC castigou os servidores por oito anos. Dilma parece estar seguindo no mesmo caminho...


sexta-feira, 13 de julho de 2012

NOVA INSCRIÇÃO DESCOBERTA EM KHIRBET QEIYAFA

Uma nova inscrição em Qeiyafa foi anunciada no Blog de Luke Chandler. A descoberta poderá agitar de novo a arena acadêmica frequentada por minimalistas e maximalistas. 

Não sabe o que o sítio arqueológico de Qeiyafa representa? Pesquise em "arqueologia"  nos marcadores na barra direita do Numinosum ou digite "Qeiyafa"  em "pesquisar" (topo da barra lateral direita).


Jones F. Mendonça

quinta-feira, 12 de julho de 2012

OS LIVROS NA ARTE MEDIEVAL

Antes da invenção da imprensa os livros eram raros, caros e belíssimos. Alguns artistas medievais nos deixaram belas telas que retratam esses "mestres mudos". Abaixo a "Santa Bárbara", de Robert Campin (1375-1444). Compare esta tela com "Madalena lendo" de seu aluno Rogier van der Weyden (1400-1464). Há quem pense que a tela de Campin retrate Madalena e não Santa Bárbara. Há muitas semelhanças entre as duas telas. Um detalhe: no primeiro há um vaso (de unguento?) na prateleira acima da lareira. No segundo o vaso está no chão. Estranho, não?


quarta-feira, 11 de julho de 2012

VOCÊ ENTENDE?

A Palestina foi aceita pela UNESCO como Estado membro há alguns meses. Israel protestou. A secretária geral da UNESCO, Irina Bakova, inaugurou recentemente os cursos de astrofísica, astronomia e ciências espaciais na Universidade Islâmica de Gaza. Israel protestou. O motivo: a universidade teria sido usada pelos engenheiros do Hamas para fabricar artefatos explosivos e foguetes.  

Como sempre: para Israel, tudo. Para a Palestina, nada. 


Jones F. Mendonça

terça-feira, 10 de julho de 2012

SOLA SCRIPTURA?

Uma das ênfases presentes na tradição reformada (enfatizo aqui a palavra “tradição”) é a Sola Scriptura. Com tal expressão se quer repudiar o valor da tradição na elaboração de dogmas de fé. Pois bem, considerando que o cânon é produto da tradição, ou seja, foi definido por um grupo de pessoas que se apoiou em critérios não tomados das Escrituras (o que está em jogo é justamente sua constituição!), fica a pergunta: como assim Sola Scriptura?

Você pergunta ao Papa de onde vem a autoridade para instituir o celibato e afirmar a ascensão de Maria e sua virgindade eterna. Ele responde: é a mesma autoridade que foi outorgada aos santos padres na escolha dos livros sagrados.  Na concepção católica há uma relação de continuidade entre as Escrituras e a tradição que se desenvolveu após o “fechamento” do cânon. Você pode até negar que tal autoridade seja legítima (aliás, eu também nego), mas o argumento católico ao menos é honesto.

Sola Scriptura, puro delírio.


Jones F. Mendonça

domingo, 8 de julho de 2012

EXEGESE DO ANTIGO TESTAMENTO NA SBL

A Society of Biblical Literature está disponibilizando para download o livro "Old Testament exegesis: a guide to the methodology", de Odil Hannes Steck. No decorrer do livro vão sendo apresentadas informações sobre crítica textual, crítica literária, história da transmissão, história da redação, crítica das formas, crítica da tradição e determinação do cenário histórico. No final do livro é apresentado ao leitor um exemplo de exegese. O texto escolhido é Gn 28,10-22.

Baixe o livro aqui

sábado, 7 de julho de 2012

LEO GANDELMAN - FURUVUDÊ E A RÃ (LIVE)

Leo Gandelman, em minha opinião um dos melhores saxofonistas do mundo. Manda bem no soprano, no alto e no tenor. Nas lojas seus CDs ficam no "saldão", uma pena...





O SOM DAS CONSOANTES HEBRAICAS

Estou indicando mais uma vez aqui no Numinosum um site que disponibiliza o som das consoantes hebraicas (22 + 05 formas finais, assinaladas com dois asteriscos = 27; as quatro consoantes modificadas por um sinal não aparecem no site: bet, kaf, pe, sin). Que fique claro, não há como saber que som as consoantes hebraicas tinham no tempo de Esdras, no período da revolta macabaica ou entre os judeus do primeiro século. Com certeza a pronúncia das palavras sofreu modificações ao longo dos séculos, assim como ocorreu com o nosso idioma. As gramáticas geralmente indicam o som das consoantes tendo como referência a pronúncia sefardita (judeus de origem espanhola).  

Ouça o som das consoantes aqui (basta passar o cursor sobre a letra). 

Caso queira ouvir a pronúncia de uma infinidade de palavras hebraicas separadas por tema, clique aqui (experimente: "o corpo II")

Baixe o alfabeto hebraico completo aqui

Comece pelo alef, abaixo da seta laranja. Do lado
esquerdo está uma palavra que contém a consoante. 

Jones F. Mendonça

A MISTERIOSA MORTE DE ARAFAT

O que matou Arafat? uma doença comum? O Mossad? A CIA? Duas opiniões diferentes sobre a morte do líder palestino:

J Post: "O polônio encontrado na roupa de Arafat foi plantado". 

L' Orient Indiscret: "A França sabe, mas é omissa". 


Jones F. Mendonça


sexta-feira, 6 de julho de 2012

O BOM E VELHO CANTOR CRISTÃO

Meus avós, meus pais, meus primos, todos educados numa família batista. Os tradicionais hinos do Cantor Cristão (meus tios me dizem que um deles foi composto por um parente nosso: Antônio Coutinho) ainda mexem comigo. Trazem-me boas lembranças, por isso tem o poder de agitar o meu espírito. Pesquisando novos saxofonistas no YouTube encontrei essa figura. Ele começa tocando os hinos como um senhor comportado, mas depois...


JOGANDO COM O ORIENTE MÉDIO

Você seria capaz de situar os países do Oriente Médio num mapa? Se quer tentar, clique aqui (os nomes devem ser escritos em inglês). Caso ache essa tarefa muito fácil, tente acertar as capitais desses países. Faça isso clicando aqui.  


terça-feira, 3 de julho de 2012

ARAFAT PODE TER SIDO ENVENENADO COM POLÔNIO

Ao que parece o líder palestino teve o mesmo destino do espião russo Alexander Litvinenco, é o que sugere uma investigação de nove meses liderada pelo Al Jazeera. 

Leia no Al Jazeera (03/07/12), já traduzido pelo Google, aqui
Em inglês, aqui.

LUTERO E A NOVA TORRE DE BABEL


A torre de Babel (1563)
Pieter Bruegel, o Velho

Desde que Teodósio I tornou o cristianismo religião oficial do Estado, no final do século IV, o clero romano foi ganhando cada vez mais poder para controlar a interpretação da Bíblia. As chaves de Pedro permitiam acesso não apenas ao céu, mas também à mensagem divina contida no Livro Sagrado. A palavra final em questões de fé era dada pela cúpula da Igreja: Roma locuta, causa finita!

Lutero rompeu (rompeu?) com esse paradigma ao proclamar o livre exame das Escrituras. Mas livre exame, dirá um “bom” protestante, não é o mesmo que livre interpretação. O exame é livre, a interpretação não! O fruto pode ser tocado, jamais comido. Ora o que temos então? Houve alguma mudança? O poder de interpretar continuou nas mãos de quem sempre esteve: dos sacerdotes. Antes, sacerdotes católicos, depois sacerdotes protestantes.

Mas na prática ninguém se contentou em apenas manusear o fruto proibido. Zwínglio, Calvino, Thomas Müntzer, Thomas Cranmer e tantos outros, em sua ânsia de “tocar os céus”, não resistiram à tentação e abocanharam o suculento fruto. E que gosto tem? Para um, amora, para outro, framboesa, para outro, ameixa, para outro, morango. Cada qual, a seu modo, passou a construir altas torres doutrinárias sustentadas pela sensibilidade do seu paladar. Não demorou muito para que uns não entendessem mais a língua dos outros.  Guerras foram travadas, cidades foram saqueadas, reinos foram divididos e as opiniões sobre o sabor do fruto se multiplicaram: melancia, melão, cereja, uva, groselha, kiwi, limão, cajá, seriguela, jaca...

Em pleno século XXI alguns grupos insistem em dizer que o problema do cristianismo é que algumas pessoas interpretam a Bíblia de maneira equivocada. Alegam que a leitura da Bíblia é manca quando não busca apoio na teologia. Só assim, esbravejam, poderemos, de novo, falar o mesmo idioma, tal como ocorreu em Pentecostes. Ora, se a “teologia” já é (em tese) o resultado de uma leitura da Bíblia, como pode ser usada como parâmetro para sua interpretação? O argumento, como se vê, é circular.  

Fica a pergunta ao caro leitor: Ingenuidade ou astúcia?


Jones F. Mendonça

domingo, 1 de julho de 2012

AVALIAÇÃO DE HERMENÊUTICA

Na semana passada entreguei aos alunos a segunda avaliação da disciplina hermenêutica bíblica. Formulei três perguntas que deverão ser respondidas a partir das reflexões feitas em sala de aula. Como minhas aulas não são catequese, cada aluno pode seguir o caminho que achar melhor. Devem, contudo, mostrar que perceberam todas as implicações que a questão traz e apresentar uma resposta coerente. Você, leitor, também pode contribuir com sua opinião postando um comentário. Abaixo as questões:

HERMENÊUTICA - 2ª AVALIAÇÃO