sábado, 14 de julho de 2012

E A BÍBLIA NÃO TINHA RAZÃO: AGORA LEGENDADO E EM HD

Publiquei aqui vídeos de um documentário (dublado em espanhol) baseado no polêmico livro "The Bible Unearthed: archaeology's New Vision of Ancient Israel" (A Bíblia desenterrada: uma nova visão arqueológica do Antigo Israel), escrito pelo arqueólogo israelense Israel Finkelstein e pelo historiador Neil Asher Silberman. No Brasil o livro ganhou o título comercial "E a Bíblia não tinha razão". 

Agora é possível assistir ao documentário com legendas em português e em HD. Aproveite!



Jones F. Mendonça



15 comentários:

  1. Jones, qual sua opinião sobre o documentário?

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  2. Indispensável para quem deseja compreender os problemas envolvidos na reconstrução da história de Israel. As teorias de Finkeltein escandalizam leitores que não estão acostumados a uma leitura mais crítica da Bíblia hebraica (anacronismos, duplicações, etc.), mas é um trabalho que precisa ser conhecido e analisado.

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    1. Jones. Aprecio tanto seu blog quanto a pesquisa e o livro da duplas Finkelstein e Silberman. Pretendo ministrar um breve curso na UFES a partir de abril. Sou medievalista graduado em Tel Aviv e leio/falo Hebraico. Usarei seu site e recomendarei aos alunos. tenho O DVD editado, mas alguns alunos faltam e usaremos seu link dos vídeos. Se tiver mais materiais eu agradeceria. Parabéns.

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    2. Serfeld, a SBL disponibiliza gratuitamente livros sobre o tema para países com renda per capita baixa, como o Brasil. O último livro de Finklestein, "The forgotten kingdom", ainda não disponível em português, pode ser baixado aqui: http://numinosumteologia.blogspot.com.br/2013/10/o-reino-esquecido-de-israel-finkelstein.html

      Há muito mais aqui: http://www.sbl-site.org/publications/onlinebooks.aspx

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  3. Poucas novidades! Israel Finkelstein esta altamente influenciado pela postura "minimalista". Desde o século 18 e 19, este tipo de abordagem aos textos bíblicos são comuns. Se verifica em suas pesquisas que os postulados de hermenêuticas e filosofias oriundas do iluminismo, liberalismo..etc determinam suas pesquisas. A leitura que ele faz dos dados arqueológicos e históricos são influenciados pela sua postura hermenêutica, ou seja, tudo que não pode ser comprovado historicamente na bíblia não existiu, ou foi "inventado" no período do "iluminismo" de Salomão.
    Renomados arqueólogos e historiados tem demonstrado que "A Bíblia Tinha Razão!"

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  4. Do mesmo modo Eilat Mazar e Yosef Garfinkel são fortemente influenciados por suas crenças religiosas. Resta saber se um trabalho assim pode ser chamado de científico. O historiador e o arqueólogo trabalham com hipóteses que possuam certo grau de plausibilidade. Se a existência de um personagem ou evento narrado em um documento (seja ele cristão, budista, hinduísta, mórmom, etc.) carece de elementos que os atestem, é natural sejam postos em dúvida.

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  5. Poucas novidades? Defender a hipótese de que a origem do povo judeu é cananeia, ou seja, que os judeus são cananeus na origem é uma novidade e tanto! Só isso já vale comprar o livro. É melhor ler o livro atentamente antes de desdenhá-lo de forma tão previsível.

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  6. A legenda do vídeo 2 e 3 não esta condizente com o vídeo!

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  7. Você tem razão, as legendas dos dois últimos vídeos esão péssimas. Como pretendo apresentá-lo em sala de aula acabei comprando os DVDs na livraria Duetto.

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    1. Jones, você poderia postar o link do produto para que eu possa adquirir, também?

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  8. Wagner,

    O documentário, legendado em português, recebeu no Brasil o nome "A Bíblia e seu tempo". Os dois DVDs juntos saem, numa promoção, por R$39,90 + frete.

    Compre pela livraria Duetto clicando no link abaixo:

    https://www.lojaduetto.com.br/produtos/?idproduto=1744&action=info

    O meu já chegou. Considero uma excelente aquisição.


    Grande abraço!

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  9. Jones, os argumentos de Finkelstein não me convencem. A tese fundamental de Finkelstein-Silberman, na verdade, é bem fraca e pode ser facilmente refutada através da própria Arqueologia.
    A idéia principal de que o trabalho literário que teria produzido boa parte do Antigo Testamento é fruto de um projeto politico ideológico
    que teve origem durante a Reforma de Josias, contraria evidencias arqueológicas como a Pedra Moabita de Mesha, rei de Moab.

    Na estela do rei Mesha, que comemora a vitória e independencia de Moab sobre Israel, podemo ler:

    "Omri era rei de Israel e oprimiu Moab durante muitos dias (...). Seu filho [, Acabe,] o sucedeu e também disse: Eu oprimirei Moab.
    Mas Quemosh teve misericordia no meu tempo. (...); e tomei dele os vasos de Y-H-W-H e os ofereci diante de Quemosh."

    Isso testemunha a associação existente entre Y-H-W-H e o reino de Israel, durante o governo de Acabe, cerca de 200 anos antes do período apontado por Finkelstein.

    Além dessa evidencia externa, há também vários casos de evidencia interna, como em Provérbios 25:1: "Também estes são provérbios de Salomão, os quais transcreveram os homens de Ezequias, rei de Judá.", demonstrando influxo literário
    bem antes de Josias.

    Jeú, Josafá e Elias, contemporâneos de Acabe, são também pintados pelo deuteronomista como grandes defensores do Javismo.
    E de Jeú, sobre o qual há registros assírios, pode-se dizer que, assim como Josias, empreendeu também uma verdadeira reforma politico-religiosa ao dizimar toda a familia de Acabe, com repercussões até para o reino de Judá, ao sul.

    A reforma de Josias está assim, mais para uma releitura ou redescoberta do Javismo, que já existia antes dele, porém, radicalizando o tom exclusivista do culto em Jerusalém, o que antes não havia.

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    1. Veja, uma coisa é dizer que boa parte do AT é produto da ideologia do século VII, surgida no ambiente da reforma josiânica (concordo com Finkelstein). Outra é negar a prática do javismo entre os israelitas no período pré-josiânico (só um louco diria isso). Finkelstein, até onde sei, apenas nega o caráter monoteísta do javismo antes desse período. Josias, além de ter centralizado o culto em Jerusalém, teria feito a transição do politeísmo (no qual Javé era tido como divindade principal) para o monoteísmo. O Dêutero-Isaías é outra evidência dessa transição.

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    2. O que Finkelstein faz é repetir uma velha fórmula, a teoria da reforma de Josias,
      para poder apenas encaixa-la nos seus dados arqueológicos.

      Há vários problemas com essa teoria como, por exemplo, se essa reforma foi tão
      profunda por que não há sinais dela em outros textos? A única passagem que cita
      a reforma de Josias está no livro de Reis.

      Se Josias teve pretensões expansionistas por que não há evidencias arqueológicas?

      Se o livro de Josué é apenas um panfleto ideológico de Josias, por que estudiosos
      como Brian D. Russel (The Song of the Sea) relacionam a origem do Cântico do Mar,
      no livro do Êxodo, ao culto que era praticado em Gilgal, comemorando a abertura
      das aguas do Jordão, mesmo evento citado no livro de Josué?

      Acredito que a transição para o monoteísmo só tenha acontecido no exílio como
      reflexão do fim trágico de Judá e como ação afirmativa de sua identidade dentro
      da sociedade babilônica na qual foram exilados.

      Lembre-se que o livro de Reis foi escrito no exílio. A história sobre o encontro
      do livro da Lei está mais para uma tentativa de validar um livro
      bem mais recente.

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