terça-feira, 17 de junho de 2014

JOÃO CRISÓSTOMO E A PITONISA DE DELFOS

Para consultar os deuses, os gregos empregavam um método curioso. Uma sacerdotisa virgem, sentada sobre um tripé colocado acima de uma fenda, era afetada pelos os vapores saídos da rocha. Os gases faziam com que a mulher balbuciasse palavras em estado de transe, que eram interpretadas pelos sacerdotes. Há quem pense que o transe era provocado pelos gazes tóxicos aspirados pela pitonisa. Mas João Crisóstomo (347-407) tinha uma opinião diferente:
A pitonisa era uma mulher que se sentava sobre o tripé de Apolo, mantendo as pernas abertas; em seguida, um sopro maléfico surgia de baixo e, infiltrando-se através de seus órgãos genitais, levava essa mulher ao delírio, e ela com o cabelo desgrenhado dava início ao bacanal espumando pela boca (João Crisóstomo, Homilia XXIX sobre I Coríntios).
Se os gases de fato tiveram algum papel no transe da pitonisa é possível pensar em duas hipóteses: Ou ele era desencadeado pelo sopro vulcânico que atingia os órgãos sexuais da mulher reprimida por longos anos de castidade forçada ou o reprimido era João Crisóstomo, que se concentrou nas pernas abertas da mulher e não no gás inalado por sua boca e  nariz. Estou mais inclinado à segunda hipótese. 

O que a arqueologia pode nos dizer a respeito da pitonisa de Delfos? Leia no The Bible History Daily.  


Jones F. Mendonça

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