quinta-feira, 24 de novembro de 2016

O IRÃ PARA ALÉM DOS AIATOLÁS


Combatentes do grupo guerrilheiro iraniano Mujahedin-e Khalq (MKO) com seus tradicionais hijabs vermelhos. Atualmente liderado por uma mulher e bem pouco conhecido no Ocidente, o grupo luta pela derrubada do governo teocrático no Irã e tem sido acusado de ajudar Israel no assassinato de cientistas envolvidos no programa nuclear iraniano. São vistos como traidores pelos iranianos por terem lutado ao lado de Saddan Russein na guerra contra o Iraque na década de 80. 

Jones F. Mendonça

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

HOMEM É SANGUE, MULHER É LEITE

Enquanto a mulher gera filhos e os amamenta (uma atividade natural), explica Simone de Boauvoir, o homem precisa transcender sua condição animal inventando armas (de caça, de guerra) para aumentar seu domínio sobre o mundo. E então conclui:
A maior maldição que pesa sobre a mulher é estar excluída das expedições guerreiras. Não é dando a vida, é arriscando-a que o homem se ergue acima do animal, eis por que na humanidade, a superioridade é outorgada não ao sexo que engendra [a fêmea], e sim ao que mata [o macho]. [...] O macho escravizou as forças confusas da vida, escravizou a natureza e a Mulher.
Como libertá-la do papel de coadjuvante no qual foi encerrada?  Eis a questão discutida pela filósofa parisiense em “O segundo sexo” (o trecho acima encontra-se na parte II, volume I).



Jones F. Mendonça

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

OSSOS DE PORCO NO ANTIGO ISRAEL

Escavações modernas no Levante sul (atual Israel, Jordânia e Palestina) mostram escassez notável ou ausência total de ossos de porco em sítios datados para a Idade do Ferro (1130-586 a.C.).

A única exceção aparente são os locais ocupados pelos filisteus, um dos povos do mar que migraram para a costa sudoeste da Palestina no alvorecer da Idade do Ferro.

Esta observação apoiada pela proibição bíblica levou os arqueólogos modernos a interpretarem a presença ou ausência de ossos de porco como um marcador étnico capaz de distinguir os antigos israelitas dos filisteus.

Uma suposição bastante razoável, certo? Lidar Sapir-Hen, autora do artigo “Pigs as an Ethnic Marker?” (Biblical Archaeology Review, Nov/Dez16) acha que não é tão simples assim.

Infelizmente só é possível ler o resumo do artigo na BAS Nov/Dez/2016. Mas você pode ler o texto completo aqui



Jones F. Mendonça

NADAR NO MAR MORTO EXIGE SNORKEL ESPECIAL

Imagem: Haaretz
Embora seja fácil flutuar nas águas do Mar Morto, é grande o número de afogamentos no lago. Ingerir um copo da água extremamente salgada pode ser fatal: “um pequeno gole resseca seu cérebro”, diz um instrutor de mergulho.

A imagem mostra nadadores usando um snorkel especial de proteção (olhos e boca) durante uma travessia entre a Jordânia e Israel patrocinada pelo EcoPeace Oriente Médio e pelo Conselho Regional de Tamar.

Leia no Haaretz de Israel (edição Premium, será preciso fazer cadastro no site).



Jones F. Mendonça

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

PONDÉ, PUDOR E DESPUDOR

Lula, enquanto candidato, discursava falando de comida no prato, teto, um pouco de sossego e criança na escola (sem racismo, xenofobia ou misoginia). Pondé classificava seu discurso como um "populismo de esquerda".

Trump também fala de comida no prato, teto, um pouco de sossego e criança na escola (com uma boa dose de racismo, xenofobia e misoginia). Pondé diz que Trump soube como ninguém falar a língua do povo.

Eis a filosofia ponderiana despudorada.


Jones F. Mendonça


quarta-feira, 2 de novembro de 2016

O LIVRE EXAME E A IGREJA DO CUSPE DE CRISTO

Embora o termo “livre exame das Escrituras”, não apareça nos escritos de Lutero, a ideia é defendida em sua “Carta à nobreza alemã”, de 1520. Nela, o monge agostiniano declara que os “doutores de Roma”, “o Papa e seus comparsas”, não são os únicos capazes de interpretar as Escrituras:
Devemos [...] julgar com coragem tudo o que eles [os papas] fazem ou deixam de fazer, conforme nossa compreensão crente da Escritura, e obrigá-los a seguir a compreensão melhor, e não sua própria.
Menos de cinco meses após a publicação da carta Lutero foi excomungado pelo papa, através da bula Decet Romanum Pontificem  (janeiro de 1521).

Em minha opinião o livre exame é o melhor de Lutero. Mas ele tem um efeito colateral inevitável: qualquer um poderia discordar de Lutero e criar sua própria igreja. Até mesmo uma que se chama “A igreja do cuspe de Cristo”.

Nesse sentido, desejar o livre exame e ao mesmo tempo promover o policiamento denominacional não faz qualquer sentido.



Jones F. Mendonça