sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

CORPO COMO VITRINE, CORPO COMO CÁRCERE


O corpo humano como obra de beleza e perfeição é invenção dos gregos. Uma escultura clássica que revela a busca pela beleza ideal: O Hermes com o jovem Dionísio, de Praxíteles (séc. IV a.C.). A nudez não traz vergonha, desconforto.

Artistas renascentistas, tomando os gregos como modelo, passaram de novo a retratar a forma humana como a encarnação de algo superior. Um exemplo: O Davi de Michelangelo (1501-1504). O pequeno rei ruivo, como Hermes, não parece desconfortável com sua nudez.

Influenciado por ideias platônicas o cristianismo rejeitou a percepção otimista que se tinha do corpo. Repare nesta gravura (imagem acima) exposta na porta da catedral de Hildeshein, Alemanha: Deus aponta para Adão; Adão aponta para Eva; Eva aponta para a serpente. Homem e mulher procuram esconder sua nudez.

Os gregos percebiam o corpo como expressão da beleza. A tradição judaico-cristã via na pele nua expressão do pecado.



Jones F. Mendonça

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